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domingo, 28 de abril de 2013

Capitã Nascimento (Parte 1): Pele grossa, memória curta e espinha flexível

No mundo corporativo dos dias atuais, muito se fala no termo resiliência. Resumindo (ou melhor, copiando da Wikipedia), para quem não sabe, a resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico.

Pois conheci uma pessoa que era tudo isso, pelo menos dentro do ambiente de uma empresa. E era uma mulher, gerente operacional. Ela inclusive gostava de partilhar o seu lema com os funcionários e outros gestores:

- Pele grossa, memória curta e espinha flexível!

Não sei se após um dia de trabalho repleto de problemas e discussões, ao chegar em casa, o seu lado sensível feminino falava mais alto e ela chorava abraçada ao seu travesseiro, enquanto assistia "Ghost, do Outro Lado da Vida". Mas, no dia a dia do trabalho, a mulher era uma legítima Capitã Nascimento.

Sempre achei uma grande bobagem essa história de mulher ser o sexo frágil. Nasci já na época em que "Do you wanna dance" era tocada pelos Ramones. Imagina que romântico. Sem essas frescuradas de "uma flor para outra flor", puxar cadeira no restaurante para a donzela (um ser extinto da sociedade) se sentar e abrir qualquer porta dizendo "primeiro as damas". Aliás, os homens até realizam este último ritual citado, com o intuito de sacanear os amigos. Mas, voltando ao assunto, ao vê-la trabalhando, conversando ou discutindo, os homens certamente se sentiam o sexo frágil.

Quando o bicho pegava e gestores de outras áreas começavam a, como ela mesmo dizia, "jogar pedras no telhado dela", não havia essa história de "por favor", "por obséquio", "será que você poderia...". Ela chamava um ou mais funcionários, normalmente do sexo feminino, que pudessem auxiliá-la e dizia:

- Me ajuda a redigir a resposta desse e-mail que o Heitor do financeiro enviou. Porra! Ele enviou com cópia para Deus e o mundo, me dando uma cravada por trás... e sem KY!

Após tenros desabafos como este, Capitã Nascimento continuava trabalhando com o pulso firme, sem qualquer abalo emocional aparente.

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