O local funcionava como um escritório durante o dia e, após às 18:00h, transformava-se em curso presencial. Como o foco da empresa era cursos, a estrutura de suas mesas e cadeiras tinha aquele estilo "duas fileiras de mesas que continham dois computadores cada".
Era um local bem estruturado, com um singelo detalhe: ficava situado no segundo andar de um pequeno prédio, bem acima de um aviário. Por isso, dia e noite, noite e dia, sentia-se aquele olor inspirador de codornas, galinhas, galos e patos vivos, misturado a todo o produto fisiológico dos mesmos.
Voltando à finalidade da história, o sócio-marido Barros estava discutindo questões de projeto com José, funcionário mais experiente daquela pequena equipe. Enquanto os dois discutiam, José fazia anotações em seu pequeno bloco de notas.
Foi quando a sócia-esposa Cândida interrompeu a reunião com a seguinte pergunta:
- Barros, como eu faço para exportar um arquivo de TIFF para JPEG através do Outlook?
Barros franziu a testa e respondeu:
- Cândida, não é possível fazer esse tipo de exportação pelo Outlook. Você deve utilizar programas específicos para exportação de imagem.
- Mas dá para fazer pelo Outlook, sim! Eu sei que dá!
- Não dá não...
- Tenho amigos que já fizeram, eu sei que dá!
- Não dá...
- Dá!
- Não dá.
- Dá sim!
Barros respirou fundo, contou até oito e respondeu, com o intuito de encerrar a conversa:
- Já falei que não dá, oh, animal!!! - Ele não conseguiu contar até dez.
Cândida respirou com os olhos as lágrimas que estavam prestes a cair e retrucou:
- Não me chame de animal, porque eu já falei MIL VEZES que não gosto!!!
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